Sócio Torcedor: Dá pra fazer direito?
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Foto: Junior Ayupe/ Tupi FC |
No futebol atual
uma questão abordada massivamente é o sócio torcedor. Clubes como Palmeiras e
Flamengo, fora o sucesso financeiro por vias de patrocinadores ou arrecadação,
tem atribuído contratações e melhorias estruturais aos benefícios pagos pelos
torcedores, que ganham algumas vantagens em troca da fidelidade mensal.
Essas vantagens
vão desde descontos em produtos oficiais e ingressos para jogos à direito a
voto nas eleições
dos clubes, em alguns casos. Em matéria veiculada no Jornal
Tribuna de Minas, foi divulgado que o Spartano, clube da cidade mineira de
Rodeiro, chegou ao expressivo número de 850 sócios torcedores**. Dado o fato de
que se trata de uma equipe amadora, o feito se torna ainda mais relevante.
Hoje, o Spartano,
de uma cidade com população estimada em 8 mil habitantes, está apenas atrás de
América, Atlético e Cruzeiro em números de sócios no estado de Minas Gerais. Chegamos
ao ponto principal de nossa discussão. É óbvio que, perto do líder nacional do
ranking, o Internacional, com o total
de 207.796 sócios, 850 parece pouco. Mas, comparado ao número registrado
pelo Tupi no Movimento por
um Futebol Melhor, esse dado se transforma em um Everest.
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Oito primeiros colocados no número de Sócios no Movimento por um Futebol Melhor (Dados de 10/05/2019) |
Segundo informações
repassadas pelo clube ao Movimento, o Carijó hoje tem 355 sócios. O site não
informa se todos estão em dia com suas mensalidades ou qual é a situação atual
desse associado, mas, para uma cidade de aproximadamente 500 mil habitantes,
segundo registrou o Censo
2010, isso mostra o quanto o projeto, aliás, os projetos não conseguiram
cativar o juiz-forano.
Para um clube
centenário, com passagem recente pela Série B do Campeonato Brasileiro, os
números são vergonhosos. E dada a atual situação, com três descensos seguidos,
concluímos facilmente que o Tupi pouco se aproveitou de qualquer iniciativa do
tipo. Para uma agremiação com uma grande
dívida trabalhista e muitas dificuldades financeiras, um projeto bem
organizado, com valores acessíveis, poderia ter sido a chave para recuperação
financeira ou mesmo um apoio para momentos mais complicados.
Falta de apoio
da cidade? Sim, acontece. O torcedor Carijó sabe das dificuldades. Mas o que
faz um projeto funcionar tão bem em uma equipe amadora e dar em água numa
cidade média para grande, com um clube profissional disputando, até pouco
tempo, grandes competições nacionais? A palavra da moda é só uma:
Transparência.
Procure no site do Tupi, ou mesmo nas redes sociais do
clube, a apresentação de algum balanço financeiro. No site da Federação Mineira
de Futebol (FMF), o último demonstrativo financeiro apresentado pelo Carijó é
de 2016. É algo complicado? Quebra contratos com os anunciantes por revelar os
números? Falácia. Dá um confere
no balanço anual do América, de 2018, para ver como é possível ser transparente
e respeitoso com o torcedor. Tudo bem detalhado em um ano ruim, onde o clube
terminou rebaixado da Série A, após ter sido campeão em 2017 da Série B.
Compromisso é isso.
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Estádio vazio no Campeonato Mineiro 2019, despedida melancólica do Módulo I |
Agora, por que
isso não acontece em Juiz de Fora? Quais são as dificuldades? Por que não se
consegue aumentar a confiança do juiz-forano no clube? O que afasta os
anunciantes e patrocinadores? São questões a serem respondidas pelos próximos
gestores, já que a eleição está prevista para Outubro próximo. Com a equipe sem
disputar campeonatos nacionais e no Módulo II do Mineiro, a dificuldade vai ser
ainda maior, quem quer que assuma. O torcedor Carijó só quer uma coisa,
respostas. De preferência, positivas.
**Números atualizados pelo Jornal Tribuna de Minas indicam que o Spartano de Rodeiro (MG) chegou aos 1000 sócios.
**Números atualizados pelo Jornal Tribuna de Minas indicam que o Spartano de Rodeiro (MG) chegou aos 1000 sócios.
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