Categorias de base: Investimento no futuro
Foto: Fernanda Evarista/Assessoria Tupi |
Além da questão
do Sócio Torcedor, abordada
na última semana aqui no blog, outra pedra de salvação das equipes
esportivas do Brasil tem sido as categorias de base. Como exemplos, podemos
citar o Santos e o Flamengo. Problemas nas transações a parte, a
venda dos atacantes Rodrygo e Vinicius
Junior, geraram valores impressionantes para o alvinegro praiano e o
rubro-negro, respectivamente. Fora as negociações de jogadores avulsos, sem
tanto potencial, que trazem grana considerável aos cofres das duas associações
e dos outros grandes clubes formadores do país.
Em alguns casos,
existe uma dependência
das transferências de ativos para fechar os balanços das instituições. Não
é o mais saudável dos mundos, mas em clubes formadores, a negociação de
jogadores é certa e, com trabalho bem feito, regular.
Agora, o ideal
em se ter um projeto sólido nesse sentido é poder usufruir dos talentos na
equipe principal, tendo de recorrer cada vez menos a contratações absurdas e,
principalmente, sem identificação com as cores e os torcedores. Em 2011, o Tupi
conquistou o seu maior título, o Campeonato Brasileiro da Série D. Peças
daquele elenco como Michel, Marcel, Vitinho, Wesley Matos (Ladeira), isso para
ficar entre
os que mais figuraram entre os titulares, tiveram a formação nas categorias
de base do clube, ou logo vieram após período no futebol amador, como o Allan, autor de um
dos gols na final. Sem falar no Maguinho, hoje no futebol japonês,
que fazia parte do grupo à época.
De lá pra cá, o
Tupi passou por algumas mudanças. Em 2011, por exemplo, foi o último ano que a
equipe Sub-20 disputou o estadual, com uma participação pontual da Taça BH em
2013, voltando
apenas em 2019, onde faz boa campanha na edição atual (4º
Colocado). As categorias sub-15 e Sub-17 só “voltaram” com
a parceria feita em 2018, levando o nome do Uberabinha. Obviamente, a
ausência de equipes de base refletiu no profissional, com cada vez menos
jogadores formados no Carijó atuando, com exceção aos veteranos, que sempre
retornam ao clube de tempos em tempos e alguns atletas do Sub-20 que foram
utilizados na pífia campanha deste ano. Apenas as escolinhas seguiram
participando de competições de base locais, sem render frutos ao elenco
principal.
A falta de peças
à disposição determina a contratação de atletas, o que nem sempre, como mostram
as últimas campanhas, resulta em sucesso. Obviamente, seria leviandade afirmar que
a base é garantia de títulos, porque tudo depende de outras variáveis como
paciência, trabalho bem feito, boa rede de observadores etc. Mas qual a
necessidade de contratar o Zé das Couves para a lateral tendo um jogador
caseiro, com passagem em todas as categorias e louco para mostrar serviço?
Reprodução/Instagram |
Não precisamos
ir longe, como no início do texto, para mostrar o que a presença das categorias
de base pode render ao clube, financeiramente falando. Noves fora algumas
suspeitas, devidamente investigadas, o Tupynambás viu o lateral
direito Danilo render
frutos. E não apenas uma vez. Agora, foi a vez do Sport Club Juiz de Fora,
equipe licenciada do cenário profissional, vislumbrar a possibilidade de
uma renda com o mecanismo de solidariedade da FIFA com o atacante Wesley Moraes. Hoje, após um tempo
fora do cenário, o Baeta possui
parceria com o belo trabalho desenvolvido na UFJF e pode, quem saber, ver
esse cenário se repetir. O Sport segue participando
de torneios regionais amadores com sua base, já que a Federação
Mineira exige filiação no profissional para a participação nos torneios
estaduais.
Foto: Birmingham Mail |
Logo, após essa
demonstração, fica clara a importância das categorias de base, seja suprindo as
necessidades básicas do elenco ou gerando receitas futuras. Hoje, não dá para
um clube profissional não pensar nisso, não dá também para deixar o trabalho
largado ou mesmo terceirizar, abandonando vínculos contratuais ou afetivos. Como
diz o nome, é a BASE do clube. Não dá pra pensar em crescer fechando os olhos
para isso, ou tudo desmorona. Qual é o sentido de se gastar com atletas veteranos desconhecidos em detrimento de jovens locais? Que os clubes entendam, de uma vez por todas: Categoria de base não é
gasto, é investimento!
*Em tempo, a FIFA anunciou a criação da Câmara de Compensação. Isso pode beneficiar ainda mais os clubes pequenos formadores e garantir o correto pagamento. Isso torna tudo ainda mais importante.
*Em tempo, a FIFA anunciou a criação da Câmara de Compensação. Isso pode beneficiar ainda mais os clubes pequenos formadores e garantir o correto pagamento. Isso torna tudo ainda mais importante.
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