O Grande Prêmio Brasil de Futebol está chegando ao fim.
Em uma corrida, seja de automobilismo, ou no atletismo, nem sempre aquele que sai na frente é o ganhador. Só o tempo, o restante das voltas, a velocidade e a resistência vai definir o merecedor do título. Tem que se levar em conta também os imprevistos. Muitos corredores apresentam problemas perto do fim e acabam não completando a tão sonhada volta da bandeirada final. No Campeonato Brasileiro da Série A de 2010 a reta final traz toda a dramaticidade da mais disputada corrida de Fórmula 1.
A liderança do campeonato foi dividida durante quase todas as rodadas por três equipes: Corinthians, Cruzeiro e Fluminense. Equipes que mostravam certa regularidade, controlavam seus adversários pelos retrovisores e entravam sempre como favoritos em qualquer dividida de curva. Na hora daquela arrancada final, faltando seis rodadas para o final do campeonato, pintou a bandeira amarela. Pedaços dessas equipes começaram a ficar pelo caminho, jogadores lesionados, derrotas em casa e contra adversários fracos, como a derrapada feia que deram Corinthians e Cruzeiro contra Grêmio Prudente e São Paulo respectivamente e os sucessivos empates da equipe tricolor carioca, como contra o lanterna Grêmio Prudente.
Não podemos dizer, apesar disso, que os retardatários estão atrapalhando os líderes e sim a falta de ajustes corretos e a insistência em algumas peças, ao modo de ver de alguns dos principais analistas, erradas, como Washington no Flu, Alessandro no Timão e Edcarlos na Raposa. O grande problema dessa pane na reta final é que os oponentes começam a crescer nos espelhos dos carros líderes, e ameaçam tirar a vitória de quem segurou a ponta até as últimas voltas.
Com jogos complicados pela frente, o Flu enfrenta o rival Vasco (neutro), o Goiás (casa), São Paulo (fora), Palmeiras (fora) e o Guarani (casa). O Cruzeiro enfrenta o Vitória (fora), o Corinthians (fora), Vasco (casa), Flamengo (fora) e o Palmeiras (casa). O Timão encara o São Paulo (fora-devido a medidas da Justiça de São Paulo, o clube visitante em clássicos só tem direito a cinco por cento da carga total de ingressos), o Cruzeiro (casa), Vitória (fora), Vasco (casa) e o Goiás (fora). De todos os competidores ao título, o Fluminense tem o caminho mais fácil. Só que se, qualquer um deles, atropelar alguma coisa pelo caminho ou tropeçar nas próprias pernas, a máquina alvinegra do Botafogo, que já vem em uma série invicta de 10 jogos, pode colar o bico na traseira dos líderes e assumir a liderança na última curva.
Então corredores principais, tomem de uma vez o rumo certo e acelerem, pois os que vêm atrás estão com gosto de gás e combustível no máximo. E não se esqueçam que a briga não é só entre vocês pois caso os três carros cometam erros ou se colidam, a vitória pertence ao que menos fez lambança durante a íntegra do trajeto.
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